1)Quem
é quem na banda e o que cada um toca?
R: Eu (David): vocais, Fábio: vocais e guitarra, Debarry: baixo,
Guilherme: guitarra e PH: bateria
2)Como
surgiu o nome Unfashion?
R: DAVID: O nome da banda se baseou num simples trocadilho: como o "metal
adidas" é o som da moda para muitas pessoas, botamos o nome
na banda de Unfashion, ou seja, um simples trocadilho irônico. Nunca
pregamos nenhum discurso anti-moda. Acho pura perda de tempo. Ridículo
uma pessoa que diz "não vou escutar essa banda porque o que
ela faz é moda". Bom, em se tratando de som, será que
existe algo 100% original? Que cada um faça à sua moda,
sendo moda ou não.
3)Quais
são as influências da banda?
R: Tentamos ir além do new metal, aliás, não concordo
com esse rótulo. Se você for olhar, bandas como Prong, Helmet
e White Zombie também são "new metal". As influências
principais são estas bandas e também as bandas mais novas,
como Deftones, Hed (pe), Snapcase. Além do som, a atitude a as
letras do Refused são uma grande inspiração.
4)Se
eu abrir seu cd player agora, qual cd(s) vou encontrar?
R: "The Shap of Punk to Come", do REFUSED, "White Poney",
do DEFTONES e "Make Yourself" do INCUBUS e muita coisa de Hard
Core, como H2O, Avail, The Get Up Kids, etc.
5)O
que realmente aconteceu entre vocês e a Motor Music? Como apareceu
o lance com a UPRISING RECORDS ?
R: DAVID: Nossa, você não imagina quantas vezes eu já
respondi essa pergunta! O que ocorreu foi mais uma divergência ideológica,
não uma briga. As pessoas acham que brigamos, que discutimos, mas
não houve isso. O trabalho estava sendo feito de uma maneira que
não concordávamos, não estava dando certo, víamos
as coisas de uma maneira e a Motor de outra, então, demos uma satisfação
e decidimos fazer o trabalho nós mesmos, ou seja, lançar
o álbum por nossa conta, quando a Uprising apareceu: a oportunidade
surgiu através de um grande amigo nosso que nos ajuda a algum tempo.
Ele mantém contato com o pessoal da Uprising nos EUA e eles estavam
querendo dar uma renovada no selo. Então, quando saímos
da Motor, ele mostrou material nosso a eles, que ficaram interessados
e rolou um contrato para um álbum, que será lançado
agora em junho e um EP para o ano que vem. Nos EUA o álbum será
distribuído pela Lumberjack, que faz a distribuição
da Uprising. E aqui, será distribuído por distribuidoras
independentes e pela Uprising Sudamerica. Estamos trabalhando muito e
fechando parcerias com distribuidoras, lojas e outros selos para que o
álbum chegue a todos os cantos.
6)Fale
um pouco sobre o cd "Emotional Kids Play Alone".
R: Emotional Kids Play Alone expressa o quanto as pessoas são egoístas
e concorrentes, só estão preocupadas consigo mesmas. Mas
só que as pessoas que mais são distantes ou que dizem não
precisar das outras, geralmente são as mais dependentes e estão
sempre vivendo na sombra de alguém. Musicalmente falando, nossa
principal meta é fazer com que o álbum chegue a todas as
pessoas que gostam da banda e também tocar muito, o máximo
possível: a melhor maneira de promover um álbum é
fazendo um bom show, mostrar que a banda funciona bem ao vivo, isto conta
muito. A gravação está com uma ótima qualidade,
as músicas antigas estão com novos arranjos, é um
trabalho sincero e estamos apostando no retorno dele.
7)Como
rolou o lance de vocês com a PIMP ROCK PALACE? Eles entraram em
contato ou vocês mandaram material? De qualquer forma é uma
ótima divulgação já que é um dos sites
mais conceituados de new metal na atualidade.
R: Em 99, quando lançamos nossa 1a DT, eles (mais precisamente
o Pedro, um cara a quem devemos muito e que sempre nos ajudou) entraram
em contato e solicitaram uma entrevista. Pouco tempo depois fomos eleitos
banda do mês. Só que o site ainda não era o gigante
que é hoje. O PRP é um site foda que respeitamos muito e
mesmo grande, o espaço para as bandas menores continua.
8)De
todos os shows que vocês já fizeram, qual foi o mais marcante?
Por quê?
R: O nosso 1O show, com o Profana, foi muito foda. Nunca vou esquecer,
porque as pessoas que estavam ali não esperavam nada de nós.
A abertura para o Lag Wagon também foi bem legal.
9)Olhando
um pouco para o passado, faça uma comparação entre
a primeira demo de vocês e as músicas novas para o primeiro
cd.
R: No começo da banda e em seguida durante as gravações
da DT éramos muito ligados em bandas como Korn e Limp Bizkit. Então,
as músicas da DT acabaram refletindo isso. O que ocorreu foi uma
evolução natural da banda e passamos a nos identificar mais
com outros estilos, como o Hardcore e música alternativa. Acho
que as músicas do álbum refletem essa evolução.
A gente quis fugir um pouco do "new metal" e trazer uma pegada
hardcore para banda.
10)Os
fãs conservadores de heavy metal e mídia em geral costumam
dizer que o new metal não tem futuro, é uma "moda"
passageira, qual a sua opinião sobre isso? Você tem preconceito
com algum estilo dentro do rock?
R: Não tenho de maneira alguma preconceito contra estilos dentro
do rock por que acredito que há espaço para todos, com certeza.
Sobre o New Metal, (já falei um pouco acima minha opinião
a respeito desse rótulo) não o vejo como uma CENA consolidada
e unida. Surgem muitas bandas, mas daqui a um ano ou dois no máximo,
a maioria destas bandas não existirá mais (vide lixos como
CRAZY TOWN e LINKIN PARK), pois são bandas que para sobreviver
precisam da grande mídia. Não que seja uma moda passageira,
mas só sobreviverão as bandas sinceras e de personalidade.
11)Quais
são os próximos planos da banda? Clip? Turnê? Shows
fora do Brasil?
Quando o álbum sair, vamos fazer um vídeo e tocar muito,
onde for possível, para promovê-lo, principalmente fora de
Belo Horizonte. A intenção é manter sempre a mesma
qualidade do show, onde quer que seja. Já estamos fechando algumas
capitais, como São Paulo, Rio, DF, Goiânia, Vitória,
ou seja, com certeza faremos uma turnê nacional dentro das nossas
possibilidades. Quanto à shows no exterior não há
proposta direta, mas o álbum será bem distribuído
por lá; se tudo der certo, quem sabe?
12)Como
está o underground em BH? Fale um pouco dele.
R: BH não tem bem uma cena, são mais bandas amigas se ajudando.
Na maioria das vezes, uma banda produz o show e convida as amigas para
tocar. Temos dado sorte, pois os shows recentes aqui foram muito bons.
Tocamos com Shelter, Lagwagon, Mudhoney, Fun People, Bambix, tocamos também
em SP; aprendemos bastante nestes shows, pegamos uma base e profissionalismo.
13)Qual
a sua opinião sobre a MTV? Quais os prós e contras da emissora?
R: Não temos nada contra. Acho válido todo tipo de divulgação
e nesse ponto o papel da MTV é importante. Só acho complicado
quanto a banda passa a depender somente dela.
14)Deixe
um recado para os fãs da banda e para quem ainda não conhece
o Unfashion.
R: Muito obrigado a todas as pessoas que tem nos acompanhado, respeitam
nosso trabalho e que entendem nossa proposta. Temos muitos amigos e eles
estão sempre conosco. Ao Alternative Noise, por ser um zine honesto
e sincero, muito obrigado pelo espaço. Às pessoas que não
nos conhecem, nos escrevam, vamos conversar, comprem o CD!
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