AN
- COMO VOCÊ DEFINIRIA O SOM DO POLEN PARA QUEM AINDA NÃO CONHECE
, E FALE UM POUCO DE CADA UM DA BANDA E QUAL INSTRUMENTO CADA UM TOCA?
Bianca - eu sou guitarra e voz, Eva baixo
e voz e temos o Rodrigo na guitarra e o Pedro na batera.
Eva - O som é rock alternativo. Duas
vocalistas que destacam suas diferencas: Doce/agressiva.
Rodrigo- nosso som se caracteriza por alternar
melodias pop, dinâmicas mais calmas com momentos mais pesados e agressivos.
AN
- QUAIS SÃO AS INFLUÊNCIAS GERAIS DA BANDA?
Eva/ Bianca/ Rodrigo -Sonic Youth, Pixies,
Nirvana, NIN, Portishead, Eels, Weezer, Garbage, The Cure, Rentals, Smashing
Pumpkins...
AN
- COMO VOCÊS SE CONHECERAM, E CONTE COMO E AONDE FOI O PRIMEIRO
SHOW ?
Eva - Primeiro show no Sergio Porto foi inexperiente
mas com garra. Desde o começo sempre rolou atitude. Nos conhecemos
num show dos Los Djangos e Wander Wildner, iamos fazer um programa de
radio que furou, mas ficou a banda.
Bianca - foi engraçado como eu e Eva
nos conhecemos nesse show do Los Djangos e Wander, estavamos conversando
e comecamos a perguntar o que a outra fazia, eu disse que sabia tocar
um pouco de violão, que estava tendo aula etc e dai no dia seguinte
ela me liga dizendo pra montarmos uma banda. Logo depois já estavamos
fazendo musicas e já ensaiando em estúdio, foi muito rápido
e louco.
AN
- ALGUÉM DO POLEN JÁ TOCOU EM OUTRA BANDA?
Rodrigo - O Pedro já tocou no Cabeça e em
um monte de outras bandas da cena alternativa carioca. Atualmente, ele
toca com o Reajuste e o Peneira, além de participar de shows do Vulgue
Tostoi e Bia Grabois. A Bianca toca com o Fausto Fawcett e eu, com o Moebios.
AN
- FALE UM POUCO SOBRE O PROJETO COM O FAUSTO FAWCETT, DO QUE SE TRATA?
EU JÁ ESTOU SABENDO, MAS ACHO LEGAL A GALERA DA PÁGINA TAMBÉM FICAR
POR DENTRO!!TOMARA MESMO QUE TENHA TURNÊ E VOCÊS VENHAM PARA SP
.
Bianca - Esse projeto com o Fausto é
muito legal porque é um som bem diferente do que o do Polen, até
mesmo na formação da banda que é uma percusionista,
uma DJ, baixo, Fausto na voz e eu na guitarra. A DJ solta uma base e tocamos
em cima, e o show se chama "Dallas Melrose - Asia 666" é uma opera-rap
onde o Fausto conta uma historia muito louca em 9 músicas, todas
as músicas sao ligadas pela mesma história e os mesmos personagens.
A história gira em torno de Dallas Melrose, uma loira de seriado
americano, filha de Katia Flavia e seu namorado Bruce Lido, e suas peripécias
entre Copacabana e São Paulo. Estamos fazendo alguns shows, talvez
ele vá lançar no fim do ano um livro com a história
desse show e talvez um cd junto. Quem tiver a oportuniade de ver o show,
vá, porque é realmente muito legal e divertido. e espero
que role show ai em SP!
AN
- COMO FOI A GRAVAÇÃO DO PRIMEIRO CD "IN VINO VERITAS" E QUAIS AS DIFICULDADES
QUE VOCÊS ENFRENTARAM TANTO NA PRODUÇÃO COMO NA DIVULGAÇÃO?
Rodrigo - Primeiro, deixe-me corrigir uma
ideia que várias pessoas tem (por nunca termos deixado bem claro
isto): Nós não consideramos In Vino Veritas um cd, álbum
nosso, e sim nossa terceira demo (a primeira foi Solve et Coagula, a segunda
Ex Limo Terrae). Nos só fizemos um cdr dela (assim como fizemos
de Ex Limo Terrae, juntando as duas primeiras demos) bem produzido e com
um conceito estético bem trabalhado, já que damos muito
valor a esta parte.
A divulgação teve como base os shows (que não foram
poucos) que fizemos e os zines, programas alternativos de rádio,
amigos, fãs, que se interessaram em ter e divulgar esse material,
mas tudo partindo da gente mesmo. Ah, sim essa gravacao que estamos fazendo
agora é que vai fazer parte de nosso primeiro álbum.
Eva - A gravação foi cansativa,
até de madrugada todos os dias afinando e aperfeiçoando.
Não enfrentamos muitas dificuldades porque sempre gostamos de produzir
e divulgar nosso próprio trabalho.
Bianca - nós gravamos a bateria da
In Vino Veritas duas vezes. A primeira foi com o Duda, um batera que entrou
na banda e ficou alguns meses, logo depois que ele saiu, entrou o Pedro
e resolvemos gravar tudo de novo porque tínhamos feito arranjos
diferentes e a parte que realmente cansa mais é a gravação
de bateria porque tem que montar tudo, afinar, tirar som etc. A única
música que não gravamos de novo foi "Sour Times" do Portishead,
que foi toda ao vivo. Então nessa demos temos dois bateras...
AN
- JÁ ESTAMOS NO ANO 2000, CONTINUA DIFÍCIL ACHAR CASA DE SHOWS QUE ABRAM
AS PORTAS PARA AS BANDAS INDEPENDENTES?
Eva - Casas de shows existem, o problema
são as condições que elas nos fornecem. Fica difícil
para uma banda que está tentando trabalhar mais detalhadamente
seu repertório mostra-lo em qualquer aparelhagem. O organizador,
que já está tendo bastante trabalho, nao se preocupa neste
detalhe que é cada vez mais importante para nós.
Rodrigo - O problema é que normalmente
os locais mais acessíveis em termos de preço e mais legais
em termos de conceito normalmente não tem grana pra investir no
som. Dai, os shows acontecem porém os trabalhos das bandas nao
são passados ao público da forma mais adequada, com uma
qualidade sonora sempre aquem das possibilidades das bandas.
AN
- COMO SURGIU A OPORTUNIDADE DE TOCAR NO ABRIL PRO ROCK? CONTE UM POUCO
COMO FOI ESTA EXPERIÊNCIA.
Rodrigo - A Eva falou com o Paulo André (produtor
do evento) e mandamos o material. Ele se interessou e chamou a gente.
O curioso da história é que esse contato rolou todo por
e-mail e daí, nos quase não acreditamos direito. Foi uma
experiencia e tanto, já que chegamos lá, e rola uma estrutura
enorme, e a gente tava bem no começo, só tocando em lugar
pequeno e sem estrutura. Trocamos experiencias com outros artistas, fizemos
amigos. E lá tava a imprensa toda querendo saber quem era a gente,
se éramos uma banda legal, maior expectativa... Mas nosso show
não correspondeu tanto as nossas expectativas, tocamos entre o
Ratos de Porão e o Devotos, o público estava cansado e o
som não tava tão legal. Mas a imprensa até que falou
bem do show e algumas pessoas que viram e falaram com a gente depois elogiaram
bastane. Mas eu, particularmente, acho que poderia ter sido muito melhor,
mesmo com nossa inexperiência.
Bianca - estávamos nervosas no show,
nunca tinhamos tocado pra 8 mil pessoas e sabe como é banda que
tem mulher, o caras ficam gritando varias coisas...
AN
- O QUE ACONTECEU COM A ANTIGA BATERISTA (MARCELA, CERTO?)? ELA ESTÁ EM
OUTRA BANDA?
Bianca - a Marcela já tinha tocado
em outra banda, Number4, daí quando ela entrou no Polux ela já
tinha dito que não teria muito tempo pra se dedicar, mas que estava
afim de tocar. Nós tentamos levar até onde pudemos, ela
trabalhava a tarde toda e estudava a noite e ainda ensaiava com a gente.
Antes de irmos pro Abril Pro Rock ela tinha avisado que estes seriam os
últimos shows ( no dia seguinte do Abril voltamos para o Rio e
abrimos para o "Atari Teenage Riot" no Teatro Rival) depois disso ela
fez uma participação num show nosso. Gostamos muito dela,
sempre que dá nos encontramos.
Eva - Marcela, depois do Polux, desistiu
da música.
Rodrigo - Na verdade, nunca foi o lance dela,
ela tava mais num lance de tocar e conviver com pessoas que ela curte.
Mas quando ela sentiu que o lance poderia ficar mais sério, avisou
logo que não daria pra ela. Dai ela nos deu um tempo e saiu na
boa. Continuamos a manter amizade até hoje.
AN
- COMO OCORREU A MUDANÇA DO NOME POLUX PARA POLUX 7 E AGORA POLEN? POR
QUE TODAS ESSAS MUDANÇAS?
Eva - Sentíamos a necessidade de mudança,
primeiro começamos a fazer músicas novas com uma preocupação
mais detalhada na parte musical, depois acreditamos que o nome já
não nos representava tão bem. Mas queríamos algo
parecido, pois a essencia ainda era a mesma, o Rodrigo sugeriu Polux 7
e achamos legal, mas depois de um tempo mudamos de idéia e queríamos
um outro nome que ainda remetesse ao anterior mas que fosse mais sofisticado:
Polen.
Bianca - só um detalhe, nem Polux
nem Polen tem acento!!
AN
- O QUE CADA UM ANDA ESCUTANDO ULTIMAMENTE EM MATÉRIA DE MÚSICA?
Rodrigo - Weezer, Smashing Pumpkins, músicas
antigas dos festivais da canção, John Lennon, Rentals (essa
mais do que todas) e Pavement.
Bianca- tenho escutado Sneaker Pimps, Imperial
Teen, Curve, Smashing Pumpkins, Teenage Funclub, Bush, Limp Bizkit e Korn
Eva - Beck, Vulgue Tostoi, Beethoven, Los Fabulosos Cadillacs,
Babasonicos, Flaming Lips, Cafe Tacuba, Gomes, Cidadão Instigado,
etc...
AN
- FALE UM POUCO DA CENA UNDERGROUND CARIOCA E CITE ALGUMAS BOAS BANDAS
DO RIO DE JANEIRO.
Eva - Vulgue tostoi, Zumbi do Mato
Bianca - 4Track Valsa, Nocaute, Maurício
Negão, Staples, Los Djangos.
Rodrigo - Moebios (minha outra banda!). Agora
que estamos mais concentrados na nossa gravacao, estamos meio por fora
do momento underground. Mas uma coisa que tenho achado de fora, é
que desde que demos essa parada, o Los Hermanos e o Autoramas assinaram,
Ack e Carbona também deram um tempo de shows, acho que o movimento
de shows under caiu muito em quantidade (já que todos agitávamos
muito), apesar de haverem muitas bandas ralando pro lance continuar rolando.
A crise e o fechamento de locais como O Garage, Hillos (que estão
voltando) e a desistencia de alguns produtores do underground também
contribuiram pra isso.
AN
- SE O POLEN TIVESSE QUE ESCOLHER UMA DAS ALTERNATIVAS, QUAL SERIA A OPÇÃO
ESCOLHIDA?
A-TOCAR EM UM FESTIVAL COMO O ROCK IN RIO
B-FAZER UMA GRANDE TURNÊ POR VÁRIAS CAPITAIS BRASILEIRAS
C-FAZER UMA TURNÊ MUNDIAL
Eva - C
Bianca - a C, lógico!
Rodrigo - Acho que todas mas escolheria a
que desse mais grana, hehehe
AN
- COMO FOI A ESCOLHA DO JOÃO GUILHERME PARA PRODUÇÃO DO NOVO CD E COMO
ESTÃO AS GRAVAÇÕES?ALGUMA NOVIDADE EM PRIMEIRA MÃO PARA ALTERNATIVE NOISE
SOBRE O CD?
Eva - Foi ele que escolheu a gente. Viu o
nosso potencial.
Bianca - ele viu um show nosso e gostou muito
daí ele disse que estava afim de gravar a gente, mas que ainda
estava terminando o disco do Lobão. Em dezembro de 99 gravamos
algumas bases e depois tivemos umas férias e retomamos o trabalho
a uns meses atrás. Estamos gravando na casa do Milton Guedes, que
também está nos produzindo e tem sido bem legal porque nao
tem aquele stress de estúdio, fazemos tudo no tempo que acharmos
necessário.
Rodrigo - sobre o cd como ainda não
está pronto não da pra dizer muito. Mas tanto as musicas
novas quanto as novas versões das antigas estão ducacete.
AN
- QUAL SUA OPINIÃO SOBRE:
A) PORTSHEAD:
B) COURTNEY LOVE:
C) 500 ANOS DO BRASIL:
Rodrigo:
A-Portishead é música muito
bem feita, pensada e contém muita emoção. Fodasso.
B-O outro disco era legal mas esse é
bem ruinzinho... O filme Larry Flynt e bem legal tb
C- 500 anos de monocultura....
Bianca:
A- Portishead é maravilhoso, nós
até fizemos uma versão de "Sour Times" como bonus track
no "In Vino Veritas". Tenho muita vontade de ve-los ao vivo.
B- Gosto do Hole, o disco anterior com a
ajuda do Kurt Cobain é muito melhor do que esse novo com a ajuda
do Billy Corgan ( e eu gosto de Smashing Pumpkins!)
C- Sem comentarios... .
Eva :
A- A melhor banda do mundo.
B- Pretenciosa,
por vezes talentosa e por outras poser e mais nada.
C- Uma palhaçada! O Brasil não
nasceu nem foi descoberto a 500 anos, o território já existia
a muito mais tempo. O que se comemora é que a 500 anos estamos
explorando os índios e as terras do atual Brasil.
AN
- QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS PROJETOS DO POLEN?
Eva - Trabalhar fazendo o nosso som da melhor
maneira possível com amor, alegria e passar isso pro nosso público
e pra todos que se interessarem.
AN
- DEIXE UM RECADO PARA GALERA QUE CURTE O SOM DO POLEN E PARA ALTERNATIVE
NOISE.
Eva- Nao neguem comida a uma criança
com fome.
Rodrigo- ouçam bandas novas, vão
atrás de coisas que não tem espaço na grande midia.
Leiam zines, pesquisem na Internet, mas não acreditem em tudo que
dizem, duvidem de tudo, questionem.
Bianca - Valeu Raphael espero que a Alternative
Noise continue sempre ( Parabéns pelo site) !! Pra galera que não
conhece o Polen, apareçam nos nossos shows ou entre em contato
pelo mail polen@ig.com.br, beijos!
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