1)Quem
é quem na banda e o que cada um toca?
Silvana - vocal, Alexandra - baixo
e vocal, Eliane - guitarra e vocal, Danilo - guitarra e Helena - bateria
2)Quais
as influências de vocês e o que você anda escutando ultimamente?
Influências... posso citar algumas bandas queridas pelos 5: Husker Du,
Headcoatees, Devo, B52´s, Slits, Bratmobile, Elastica, Le Tigre, Brassy...
3)Se
eu abrir seu cd player agora, o que irei encontrar?
Helena - o último do Elastica
4)O que significa Lava? De quem foi a idéia do nome?
Silvana - Eu tive a idéia do nome
quando assistia a um filme com membros da 1a. formação. E lava é lava
em qualquer idioma.
Helena - O que sai do vulcão.
5)Esta
formação atual da banda é a que está desde ocomeço?
Helena - Não, muita gente já passou pela banda, desde o início,
há uns cinco anos... Eu entrei na banda para tocar teclado, mas depois
de um tempo, a Kiki (baterista) foi morar em Londres, aí começou a procura
por um novo/a batera, alguns tentaram, e até eram ótimos, mas alguma coisa
não estava dando certo, aí eu me ofereci, e rolou...
6)Vocês da banda tem algum projeto paralelo
além do Lava?
Helena - Eu tenho mais duas bandas: o Go Hopey, minha primeira
banda, em que eu toco baixo, e tem como principais influências Butthole
Surfers, e Sebadoh; e o Bionica, onde eu também toco bateria. A Eliane
tem o Hats, um power trio bem legal com a Cherry e a Helena. E o Danilo
tem o Cauliflower e o Farewells (onde ele toca bateria).
7)Fale
um pouco sobre a demo tape de vocês.
Helena - Quando a demo foi gravada,
eu ainda nem era da banda, sei que foi gravada em pouquíssimo tempo (como
a maioria das demos), mas com vários detalhes, como percussão, teclado,
participações especiais... De lá pra cá, o som já mudou muito, por causa
da mudança na formação, cada pessoa tem seu próprio estilo, seria impossível
eu tocar igual à Kiki (a primeira baterista), por exemplo, nem se eu quisesse.
8)Qual
foi o melhor show que vocês já fizeram? Por que?
Helena - Eu gostei muito de um show que a gente fez em Santos,
abrindo para o Garage Fuzz, tinha bastante gente, uma energia incrível,
todo mundo nos recebeu super bem, mesmo sendo a noite do Garage Fuzz,
que em Santos é um fenômeno, o show deles, aliás, foi maravilhoso.
9)Faça
um raio-x do underground nacional. Quais bandas você destacaria
como as melhores na sua opinião?
Hurtmold, Hardfingers, Hats, Objeto Amarelo... Conheci nesses dias uma
banda de Sorocaba, Automatic Pilots, que eu gostei muito. Têm muitas outras
bandas daqui que são excelentes! Todo mundo devia prestar mais atenção.
É uma pena que outras tenham desaparecido com o tempo, devido às dificuldades
de tocar no Brasil, que todos nós conhecemos bem.
10)Como
surgiu a oportunidade de participar da coletânia francesa "Up the Grrrl"?
Fale um pouco sobreas 2 músicas nela contida.
Silvana - Uma menina de Brasília, Carol, contactou a Alê, como
tínhamos recém gravado a demo, enviamos um cd demo p/ que ele mesmo,o
cara da panx, pudesse escolher quais ele gostaria de usar. O incrível
é que a idéia de fazer uma coletânea com bandas femininas de todo o brasil
partisse de um cara lá na França. Achei muito estranho o Dominatrix, que
é forte dentro deste segmento não estar junto com a gente. A Elisa (DMX
- ex do Lava) foi a única pessoa que eu conheço que fez anteriormente
uma coletânea só com bandas de mina. Sobre as letras, a Luz eu escrevi
pensando em uma amiga, e Killer Cards é sobre falta de grana.
11)O
que você acha do movimento Riot Grrrl? Acha que ele realmente ainda
existe em sua essência ou se tornou modismo?
Helena - Acho que foi muito importante, sim, por mais que algumas
pessoas discordem. Eu digo "foi", por que sinceramente não sei se ainda
existe, não vejo muita coisa hoje em dia, ainda mais no Brasil. Seria
até bom alguma coisa que manifestasse contra a mega exploração da imagem
da mulher, você sai de casa, e acha normal ver uma bunda num outdoor,
isso é que é pior, a banalização, ninguém mais se incomoda, mas alguma
coisa está muito errada, não é normal mesmo. O que eu não gosto é de extremismos,
do tipo: meninas X meninos, acho infantil, e não acho que essa seja a
essênciadas riots.
O legal (o que eu penso) é fazer com que as meninas tenham consciência
de que podem fazer o que quiserem da vida, sem ligar para preconceitos
(que ainda existem sim!). Hoje em dia, acho que algumas pessoas se esquecem
desse conceito. Não adianta uma menina se vestir de um jeito diferente,
tocar em uma banda, e ter medo de se impor na sociedade.
Na música, eu não ligo muito pra isso, toco com meninos e meninas que
eu adoro, me divirto com todos. O que eu odeio são comentários do tipo
"nossa! uma menina tocando bateria!", que eu escuto em vários lugares
(inclusive no meio da rua, num domingo de manhã), existem pessoas que
ainda enxergam uma banda de garotas como se fosse atração de um Freak
Show, uma coisa absurdamente exótica, e nem prestam atenção na qualidade
do som.
O atraso da humanidade é a ignorância.
12)
Qual a sua opinião sobre a MTV? Quais os prós e contras da emissora?
Helena - O bom é que, a mtv do Brasil ainda pode, na medida do
possível, abrir espaço para bandas independentes, e têm algumas pessoas
bem intensionadas, afim de fazer programas legais, como Lado B, e Yo,
entre outros. Muitas vezes a mtv daqui dá o primeiro passo, mesmo que
pequeno. Nos EUA, por exemplo, acho que é um canal muito mais comercial
e inacessível. Pelo o que eu sei, clipes mais alternativos (que não geram
fortunas), não rolam de jeito nenhum, DEMO clipe, então, jamais!
Contra: Não tem jeito, como em qualquer grande forma de mídia, é preciso
mostrar (e muito) as bandas de grandes gravadoras, mesmo sendo de gosto
duvidoso. É assim que funciona, é como pagam os funcionários (inclusive
eu e a Alê, que trabalhamos lá); antes de tudo, é uma "firma", às vezes
é injusto, mas isso é outro assunto...
13) Quais os próximos projetos da banda? demo tape?
Cd?Clip?
Helena - Logo mais teremos uma nova demo, ou CD, não sabemos ainda.
Da primeira gravação pra cá, como eu disse, o som da banda já mudou muito.
Na primeira demo quem tocou bateria foi a Kiki, e guitarra, a Luana. Eu
e o Danilo fomos os últimos a entrar no Lava.
14)
Deixe um recado para quem curte o som da banda, para quem não conhece
ainda. Espaço aberto para falar o que quiser.
Só informando: a Alê vai ser mamãe! Valeu mesmo, à todos que aparecem
nos shows, compram a fita, camisetas, que vêm conversar com a gente, temos
sorte de conhecer muitas pessoas legais por causa da banda, é muito legal
isso. Valeu Rapha e o Alternative Noise!
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