1-
Quem é quem na banda e o que cada um toca?
Bom, eu sou o Carlinhos e, junto com a Vivi, canto as nossas música
(e todas aquelas que a gente gosta de cantar e que a gente tenha ensaiado),
portanto:
Carlinhos e Vivi, Vocais. O André é o cara mais emocionado
do pedaço, dá o sangue pelo rock, pula feito um desesperado
e toca baixo desse jeito, até nos ensaios. A Katia não pára
de fumar cigarro. Se para, é por uma boa causa. Ela mesmo disse
uma vez que queria ser o Keith Richards da Bidê, o Keith Richards
dos teclados. Ela é muito rock, usa teclados bacanas ( um SK-5,
da Casio, desde a primeira vez que apareceu num ensaio nosso), e canta
tri bem - além de inventar, com sua ironia peculiar, sacadas bacanas.
A guitarra do Sá é responsável por todos os "barulhinhos"
bacanas que
deram à Bidê uma personalidade específica (pelo menos
é isso que eu acho).
Esse papo de ir atrás de técnicas estranhas que deêm
à nossa sonoridade sempre
simples, algo que gere estranhamento (leia-se riffs simples que ao passarem
pelos pedais dele entram nos nossos ouvidos com um que de bizarro), isso
vem do Sá. Na bateria temos o Pedro, que parece compenetrado pacas
nos shows, mas ele também é um sacana. Sempre tem alguma
tirada recentemente bembolada, pronta pra sair da boca dele. Em várias
entrevistas, são as frases
dele que nos tiraram do sério, são sempre surpreendentes.
Ah, e o Pedro é o maior fã de Led Zeppelin na banda.
Na segunda guitarra está o Gabriel, que é do ToyShop, uma
banda muito bacana aqui de São Paulo, onde estamos acampados desde
julho. Na real o Gabriel entrou nessa pra nos dar uma mãozinha,
mas parece que estamos nos apegando ao jeito dele...
2-
Como vocês se conheceram?
Ih, daí fica complicado! Cada um se conheceu
de um jeito... Eu e o André sempre nos topávamos na noite
e falávamos de música. Eu e a Katia estudávamos na
mesma faculdade, e ministramos juntos algumas oficinas de fanzine, daí
surgiu uma amizade.
O Sá e o Pedro são amigos de infância, eu acho. A
Vivi e a Katia eram cunhadas.
O Gabriel tem um bar onde nós todos vamos beber, e
fica aqui perto da casa onde toda a banda está morando (menos ele,
né?!).
E por aí vai...
3-
Como surgiu o nome Bidê ou Balde? De quem foi a
idéia?
Foi do Vini Unabomber, nosso primeiro baterista.
Ele tava numas de aplicar aquele velho golpe da vanguarda (movimento de
política sócio-cultural radical e coisa e tal), estava lendo
sobre um movimento anti-marxista dos anos 50 que se chamava Socialismo
ou Barbarie (SouB), da França - movimento esse bastante influente
em idéias do Situacionismo e teve reflexos e livros editados até
aqui no Brasil, vejam só.
Mas queríamos um nome que não significasse muita coisa e
começasse com B (por causa daquela história
de que as bandas que mais gostamos começam com essa letra, Blur,
Beck, Beatles, Butter 08, Butthole Surfers...). Então o Vini sugeriu
Bidê ou Balde, e nós
curtimos.
4-
Quais são as influências da banda e o que vocês estão
escutando ultimamente ?
Caímos nas modinhas! Mas porque elas definitivamente
são massa! Strokes e Gorillaz estão sempre rodando aqui
no nosso cd player. Mas curtimos mais uma porção de coisas.
Além das bandas que começam com B, gostamos de
Pavement, The Who, Pulp, Velvet Underground, Mudhoney, David Bowie, Burt
Bacharach, Mutantes, Cascavelletes, recentemente estou apaixonado pelo
Mooney Suzuki, curtimos Jon Spencer, Elastica, Possum Dixon, e por aí
vai...
O cinema influencia em muita coisa também: David Lynch, Hal Hartley,
John Cassavetes, Jim Jarmusch...
5-
Fale um pouco sobre o filme "As amarras do amor
inviável", isso aconteceu mesmo?
Qual foi a participacão de vocês e por quê não
foi rodado?
Essa história do filme é uma mentira
que a gente falava no começo da banda, pra ter assunto com quem
nos entrevistava.
Na real, o começo da banda foi realmente em função
de um filme, mas o nome era outro, "Fábula", seria
dirigido por mim, produzido pela Katia e atuado pelo Rossatto. Não
foi rodado porque acabamos nos envolvendo bem mais com a banda (e a sonoridade
do que estávamos ensaiando não era exatamente como aquela
que eu imaginava para o filme, era muito melhor!).
6- Já aconteceu alguma coisa estranha ou
engraçada com vocês no palco? O que aconteceu?
Esses dias em Pelotas, no RS, a luz caiu e o som sumiu em apenas
45 segundos de show, na primeira música. Simplesmente achamos engraçado
e ficamos conversando com a galera, pedindo para que contassem piadas,
discutindo sobre a situação aflita destes nossos dias de
hoje no mundo (essa tal de "guerra", o disco novo do Guns ´n´
Roses que nunca sai...). Lá pelas
tantas eu notei que tínhamos bem em cima de nossa cabeças,
lá em cima do
palco, uma bandeira dos Estados Unidos. Daí, subi nas armações
metálicas da iluminação do lugar, e com um estilete
fui arrancá-la, enquanto o público inteiro
gritava "queima, queima...". Do lado dela tinha uma bandeira
da Inglaterra, e algum bêbado na platéia disse pra que eu
arrancasse também, mas gritei
"Não, meu, os Beatles eram de lá!", e todo mundo
riu.
Quando a luz voltou nós estávamos tão amigos do público
que aqiele acabou sendo melhor show da Bidê até hoje!
7-
Onde foi gravado e como foi a gravacão do clip da
música "Melissa"?
O Clipe foi gravado na Chaos, uma parte da Cervejaria
Dado Bier, em Porto Alegre. O lugar é muito bonito, não
é exatamente o lugar que gostamos de
frequentar mas, bom, tem um ótimo lustre (grande e luxuoso) por
lá e as paredes vermelhas tinham o clima Twin Peaks que queríamos
para a filmagem.
A gravação foi massa, cheia de amigos que pintaram por lá
para comer as pizzas da produção e acabaram entrando em
cena... E tudo rolou em um dia, pouco
mais de doze horas!
8-
Afinal, quem é Melissa? Ela existe?
Sim. E ela é bonita. E é branquinha,
tem olhinhos puxados e tudo mais...
Ela era lá da nossa faculdade, e um dia nos contou que não
tinha como ir pra praia. Eu, tímido, falei baixinho "Se tu
quiser que eu te leve, eu aprendo a
dirigir.". Ela nem me ouviu. Mas o Rossatto ouviu e disse que tínhamos
que fazer uma música com essa frase. E assim foi...
9-
A banda continua com a mesma proposta musical de
quando se reuniu pela primeira vez? O que mudou de lá
pra cá?
Não... Na primeira vez, não tínhamos
idéia do que queríamos, apenas fazer a trilha sonora desse
filme que eu falei. A idéia era barulheira mesmo, sonic youth na
cabeça. Só que nesse mesmo primeiro ensaio a coisa se desenhou
mais pop do que esperávamos, com as letras já surgindo e
tudo mais...
De lá pra cá só queremos fazer o tipo de música
que vá nos agradar, e divertir a galera que nos curte. Não
temos grandes pretensões, não...
10-
Fale um pouco sobre o cd de vocês.
"Se sexo é o que importa, só
o rock é sobre amor!" foi um disco muito esperado por nós,
mal tínhamos assinado o contrato com a Antídoto e já
estávamos ansiosos por gravar.
A pilha é justamente aquela de músicas sobre amor, com teor
"estranho", as músicas que fizemos nos divertindo desde
os primeiros ensaios.
11-
O site de vocês é muito bom, qual a importância da
internet na vida da banda?
A internet é essencial para tudo em uma banda
de rock, hoje em dia. As pessoas sabem que elas têm condições
de irem atrás da informação, que tudo que se fala
sobre rock está indo de muda para a internet, em fanzines,
listas de discussão, homepages... E as bandas têm que estar
em dia com esse papo, têm que estar dispostas a ceder a informação
e espalhar o trabalho delas por tudo.
12-
Das bandas do underground nacional, quais vocês
gostam mais?
São várias: Walverdes; Thee Butchers
Orchestra; as da Monstro: MQN, Hang the Superstars, Mechanics; Wry; Dead
Billies, e por aí vai...
13- Como foi a participacão de vocês
no programa do Jô?
Já foi ao ar a entrevista, foi legal ir no programa, conversamos
com o Bira, que apareceu no nosso camarim pra mijar.
14-
Valeu pela entrevista e agora espaço aberto para
vocês falarem o que quizerem.
Nada além de "Ame o Rock!".
Visitem a nossa página, www.bideoubalde.com.br, baixem as nossas
músicas no
www.mp3.com/bideoubalde, vão a shows de rock, comprem discos, leiam
fanzines e o resto que se foda!
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