O
Rapha me convidou para escrever alguma coisa p/ o site Alternative Noise.
Fiquei muito feliz com o convite, mas indecisa sobre o que escreveria!
"Sobre qualquer coisa", disse ele, me deixando mais confusa
ainda.
Bom, como eu tenho passado por dias muito intensos, desde o início
de março, vou contar um pouco disso. Não se preocupem, prometo
que não vai ser nada chato e extremamente pessoal. E é algo
sobre rock.
Em
março, fui para Porto Alegre com a minha banda (uma delas), o Biônica,
para fazer três shows, a convite de um amigo meu que mora lá.
Eu estava extremamente curiosa, sempre ouvi histórias daquela cidade,
que entre bandas muito boas e outras nem tanto (mas sempre bem humoradas)
que eu conheço, traz personagens maravilhosos na "cena roqueira".
Minha banda era um trio ("era", porque agora temos uma nova
integrante, a Joana!): eu, Marina e Ramone. Prática para viajar
e acomodar-se em qualquer lugar e situação. Estávamos
bem animados com a viagem.
Chegamos em uma tarde de quinta-feira, mais precisamente, dia 7 de março.
Nem descansamos, apenas nos instalamos, e fomos apresentados aos novos
parceiros da cidade. A noite, nos levaram aonde seria nosso primeiro show:
São Leopoldo - uma cidade pequena, próxima da capital. O
lugar era um bar pequeno e escuro, com alguns roqueiros bem diferentes
uns dos outros, afinal, todos devem frequentar aquele lugar. O começo
da noite foi meio tumultuado, as outras bandas que iriam tocar foram expulsas
(!) pelo dono. Mas depois de uma longa negociação (e muitas
cervejas), subimos ao palco e tocamos, as pessoas não só
gostaram, como rolou uma "jam" no fim da noite. Tocamos com
todas as pessoas do bar, e entre outras coisas, fizemos uma versão
bêbada de "I Wanna Be Your Dog", de mais ou menos 40 minutos!
Na noite seguida, fomos a uma festa num casarão chamado Fun House.
Muito Beatles, Who, Kinks, etc. Eu parecia ter reencontrado o rock, que
achava que tinha se perdido por aí! Estava feliz da vida, e não
queria mais ir embora daquele lugar! Depois eu realmente acabei voltando,
mas isso é outro assunto
Nosso segundo show foi no clássico Garagem Hermética. Tirando
o calor (e o ar condicionado quebrado), que afugentou algumas pessoas,
até que foi bacana.
Mas o melhor mesmo, foi o show que fizemos no Dr. Jekyll (em Porto mesmo).
Aquilo foi muito emocionante, pessoas vibrando muito, for a do comum!
Fiquei pensando se o povo de São Paulo é "blazé"
em show de rock, ou se o de lá é que é animado demais!
Todo mundo curtiu o show, pediu bis e tudo! Muito foda, ou como eles dizem,
a fuder!
Enfim, minha banda foi embora e eu fiquei, com meus novos amigos, durante
mais uma semana. Momentos memoráveis, entre eles, o dia em que
fizemos a banda mais rápida do planeta: "Os Calçados".
Da idealização em um sofá até um repertório
de oito músicas, acho que teve mais ou menos meia-hora. Logo estávamos
ensaiando, e os garotos que cantam, aos berros e pulos, emocionados, mesmo
sem ninguém olhando. Nossa, aquilo foi bonito, nunca vou esquecer!
Tudo para dizer que Porto Alegre é realmente uma cidade do rock!
Não estou aqui para levantar bandeira alguma, justificar as bandas
do Sul, não é nada disso.
Só queria dizer que o principal do rock não pode ser esquecido:
a diversão! Se não, qual é a graça? Divirtam-se
mais e o resto que se foda!
É
isso, até mais!
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