ROCK
ATRÁS DAS CORDILHEIRAS
Pó, demorou mas saiu um textinho para o nosso editor. Espero que
vocês
gostem das aventuras que passei no Chile, conhecendo um pouco da
cultura, da culinária e é claro...dondes estás el
rock?!?! Entonces...
Conheci a banda BBS Paranóicos, a mais popular do hardcore chileno,
veteranos que estão há dez anos na estrada. No currículo,
palco dividido com Dead Kennedys, No Fun at All e Lagwagon e uma tour
em terras espanholas.
Após idas em ensaios da banda e muchas cervezas, conferi a apresentação
do BBS no bar Diablo Vivo, na qual tocaram com muita energia
músicas de seus quatro CDs. O que mais me impressionou foi o número
de pessoas presentes e a
sua interação com a banda: cantavam, pogavam e não
tinham vergonha de se divertir. Foi um dia muy rico.
No Chile, existe uma cena alternativa muito forte, que pude comprovar
através de publicações independentes (os fanzines
são bem estruturados), bandas de qualidade, selos e até
mesmo, uma galeria do rock como a de São Paulo (OK, um pouco menor
que a nossa, mas com as mesmas
características).
Os personagens que habitam esse ambiente são bastante caricatos:
fazem uma produção do carajo na parafernália
rockeira, onde góticos, metaleiros e punks ganham disparado no
quesito alegoria, e o local sempre fica lotado
(como em Sampa, não?)
Um dos pontos positivos que encontrei no underground chileno é
o fato de eles manterem contato com os países vizinhos (Uruguai,
Argentina e Peru), fato que não ocorre aqui.
No Brasil, simplesmente as bandas não imaginam a hipótese
de viajar para outro país (a não ser os indiezinhos que
curtem EUA e Inglaterra, claro), trocar informações e até
mesmo aprender outra cultura. Creio que é algo em que precisamos
pensar e expandir, pois as bandas brasileiras costumam
ser referência, e devemos mostrar o que temos de melhor.
Esta forma de intercâmbio só beneficia o underground, pois
favorece o amadurecimento e aumenta o leque de influências pessoais
e artísticas.
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