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Helena Fagundes
helena.fagundes@mtvbrasil.com.br
coluna 01

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O Rapha me convidou para escrever alguma coisa p/ o site Alternative Noise. Fiquei muito feliz com o convite, mas indecisa sobre o que escreveria! "Sobre qualquer coisa", disse ele, me deixando mais confusa ainda.
Bom, como eu tenho passado por dias muito intensos, desde o início de março, vou contar um pouco disso. Não se preocupem, prometo que não vai ser nada chato e extremamente pessoal. E é algo sobre rock.

Em março, fui para Porto Alegre com a minha banda (uma delas), o Biônica, para fazer três shows, a convite de um amigo meu que mora lá.
Eu estava extremamente curiosa, sempre ouvi histórias daquela cidade, que entre bandas muito boas e outras nem tanto (mas sempre bem humoradas) que eu conheço, traz personagens maravilhosos na "cena roqueira".
Minha banda era um trio ("era", porque agora temos uma nova integrante, a Joana!): eu, Marina e Ramone. Prática para viajar e acomodar-se em qualquer lugar e situação. Estávamos bem animados com a viagem.
Chegamos em uma tarde de quinta-feira, mais precisamente, dia 7 de março. Nem descansamos, apenas nos instalamos, e fomos apresentados aos novos parceiros da cidade. A noite, nos levaram aonde seria nosso primeiro show: São Leopoldo - uma cidade pequena, próxima da capital. O lugar era um bar pequeno e escuro, com alguns roqueiros bem diferentes uns dos outros, afinal, todos devem frequentar aquele lugar. O começo da noite foi meio tumultuado, as outras bandas que iriam tocar foram expulsas (!) pelo dono. Mas depois de uma longa negociação (e muitas cervejas), subimos ao palco e tocamos, as pessoas não só gostaram, como rolou uma "jam" no fim da noite. Tocamos com todas as pessoas do bar, e entre outras coisas, fizemos uma versão bêbada de "I Wanna Be Your Dog", de mais ou menos 40 minutos!
Na noite seguida, fomos a uma festa num casarão chamado Fun House. Muito Beatles, Who, Kinks, etc. Eu parecia ter reencontrado o rock, que achava que tinha se perdido por aí! Estava feliz da vida, e não queria mais ir embora daquele lugar! Depois eu realmente acabei voltando, mas isso é outro assunto…
Nosso segundo show foi no clássico Garagem Hermética. Tirando o calor (e o ar condicionado quebrado), que afugentou algumas pessoas, até que foi bacana.
Mas o melhor mesmo, foi o show que fizemos no Dr. Jekyll (em Porto mesmo). Aquilo foi muito emocionante, pessoas vibrando muito, for a do comum!

Fiquei pensando se o povo de São Paulo é "blazé" em show de rock, ou se o de lá é que é animado demais! Todo mundo curtiu o show, pediu bis e tudo! Muito foda, ou como eles dizem, a fuder!
Enfim, minha banda foi embora e eu fiquei, com meus novos amigos, durante mais uma semana. Momentos memoráveis, entre eles, o dia em que fizemos a banda mais rápida do planeta: "Os Calçados". Da idealização em um sofá até um repertório de oito músicas, acho que teve mais ou menos meia-hora. Logo estávamos ensaiando, e os garotos que cantam, aos berros e pulos, emocionados, mesmo sem ninguém olhando. Nossa, aquilo foi bonito, nunca vou esquecer!
Tudo para dizer que Porto Alegre é realmente uma cidade do rock!
Não estou aqui para levantar bandeira alguma, justificar as bandas do Sul, não é nada disso.

Só queria dizer que o principal do rock não pode ser esquecido: a diversão! Se não, qual é a graça? Divirtam-se mais e o resto que se foda!

É isso, até mais!