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Guilherme Rivera
alternativevoices@hotmail.com
coluna 01

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PRODUÇÃO INDEPENDENTE

Falar sobre o tema produção editorial independente chega a ser um tanto complicado, pois existem classificações pra fanzine que dizem respeito ao tema, tiragem, qualidade gráfica. Há os pró-zines, semipró-zines e as publicações independentes profissionais. O Prêmio Hugo, especialmente criado para produções independente, classifica-as por temas (zines de sci&fi, punk rock, hqs, etc.) e para ser considerado fanzine tem que ter tiragem inferior a 1 mil exemplares e não possuir patrocinadores, Porém, não acredito que essas regras dão conta do que é um fanzine. Para mim, o caráter principal de um fanzine é seu amadorismo além da liberdade que ele tem com relação ao tratamento dos temas e o amor das pessoas que escrevem pelo que estão fazendo. O editor, na maioria das vezes, é um fanático por um assunto, que pode ser desde os mais comuns, música, cinema, ecologia, até os mais inusitados do tipo roda gigantes, brinquedos antigos, etc., e ele, conhecendo como ninguém o universo do tema, apresenta suas idéias para outras pessoas que compartilham dos mesmos interesses. Geralmente não se importa com o que dirão sobre o que escreveu tendo a liberdade de expressar sua opinião sem a barreira do politicamente correto. Quando se produz uma publicação independente com patrocinadores, as coisas já são um pouco diferentes. Existe o interesse dos anunciantes, afinal, são eles que viabilizam a produção do projeto e o que vier publicado não pode ir diretamente contra sua ideologia. Às vezes certas declarações podem causar certa descrença dos anunciantes, concluindo numa desistência para o apoio a edições futuras. Por isso, a importancia em definir bem a cara do fanzine e propor vínculo apenas aos produtos e marcas que se relacionam bem com o projeto.

Com relação a arte gráfica, existem fanzines bastante semelhante às revistas, com editoração bem feita e impressão de qualidade. Para isso, no Brasil, o auxilio dos patrocinadores é fundamental. Na Europa, formam-se grupos de pessoas que custeiam a publicação de fanzines em larga escala com impressão colorida, papel couche e sua venda não representa o seu futuro no mercado, ou seja, se vender tudo, muito bom, caso contrário, estoca-se para troca de informação com outras pessoas do meio fanzineiro.

Portanto, não é porque é bem produzido que não é um fanzine, certo!? O que também não significa que o fato de uma publicação ser em folha de sulfite e em cópias de xerox desqualifique o fanzine, o lance, como já disse, está na essência. Há toda uma magia na forma da mensagem, além de criar um ciclo de amizades sem fim. Se você acha que dá para encarar a bronca e editar um zine com a grana do bolso ou ajuda de patrocinadores, vá em frente, encare como um hobbie porém com amor e isso te ajudará a quebrar barreiras geográficas. Use sua liberdade de expressão como forma de arte e distribua para achar quem pensa como você. A idéia é essa!